Um pouco de mim

Ser mãe não é fácil, ainda mais de 3, e quando se tem um filho com TEA, ai que as coisas se tornam bem difíceis mesmo, mas existe sempre Deus que nos guia e nos ajuda a trilhar essa jornada.

Chamo-me Nayara tenho 33 anos, sou casada há 10 anos, dona de casa, e mãe de 3 crianças lindas e maravilhosas, sempre quis ser mãe, então assim que casei antes mesmo de fazer 1 ano de casada engravidei, fácil não foi pois a ansiedade atrapalhava muito porém depois que a Yasmim nasceu meu sonho tinha se realizado, porém Deus sabia do meu desejo de ser mãe e não mediu esforços kkkkk, quando Yasmim fez seus 6 meses de nascida, engravidei novamente, do João, as 2 gestações foram tranqüilas, partos normais, e assim fomos levando a vida. Como não usava anticoncepcional, depois de 4 anos engravidei pela terceira vez dessa vez solicitei parto cesárea para poder fazer a laqueadura, não que eu não quisesse ter mais filhos, porém filhos são responsabilidades muito grande, e o mundo como esta não é brincadeira.

Sempre fui mãe coruja, protetora e muito cuidadosa com meus filhos, por isso sempre observei tudo o que cada um fazia desde os primeiros passos ate o presente momento, e sim sempre comparamos os desenvolvimentos de cada um, Yasmim por sua vez foi rápida em tudo no falar no engatilhar no andar, perfeito, João por sua vez já demorou um pouco mais, já fiquei preocupada desde então o que me fez levar ao médico para saber por que ele não estava falando, a demora de engatilhar, e de andar, bom de inicio os médicos disseram que cada criança evolui no seu próprio ritmo, tudo bem, se bem que alguma coisa me diz que João possa ter algo a mais, pois vejo alguns traços nele que desperte para o TDAH, mas isso irá deixar para depois.

Davi por sua vez já foi me preocupando de cedo, pois percebi muita coisa diferente nele, mas não sabia o que era, o que me preocupava era saber se ele era surdo, pois ele não respondia quando chamava pelo seu nome coisa que tanto Yasmim como o João atendiam, fui deixando passar pois como a médica disse sobre João cada criança desenvolve em seu ritmo, mesmo com essa frase na mente eu sabia que tinha coisa de errado, não falava, não engatilhava, não andava, nada “NADA”, fui deixando o tempo passar e pensando é coisa de sua cabeça.

Bom o tempo passou, finalmente Davi engatilhou, muito tarde, mas chegou o tempo, demorou um pouco ele conseguiu andar, mas a FALA nada, nem pra pedir água ou comida, ou um simples mama ou papa, nada silêncio total. Foi assim que fui registrando tudo que eu achava estranho nele, demora para andar, não falava, não atendia aos chamados, não brincava de forma certa com os brinquedos, sempre na ponta dos pés, balançando os braços, enfileirando os brinquedos, entre outros.

Juntei tudo e fiz uma pesquisa, resultado chegou à minha cara “AUTISMO”, mas o que é esse tal de Autismo? Tem cura? Passa com remédios? Muitas dúvidas, muitas perguntas, e não sabia de nada, apenas o que a internet informava que o meu filho era possivelmente portador de TEA, conversando com amigas fui orientada a procurar especialistas, e foi o que eu fiz, mesmo com os sintomas eu queria muito ouvir que meu filho só ia demorar um pouco mais que as demais crianças, que cada uma tem o sem tempo e tal, mas não foi bem isso, após a avaliação da médica junto com meu esposo ela me deu o diagnóstico, sim Davi tem TEA, na hora meu mundo caiu, o que eu vou fazer? Sair de lá sem chão.

Tão sem rumo que esqueci ate de pegar a declaração para levar ao trabalho, ao chegar ao trabalho, onde tanto minhas amigas como a supervisão percebeu que não estava bem e perguntou o motivo, ao relatar me deram muito apoio, minha amiga Nataly me ajudou muito com palavras, pois me falou que o filho dela que também se chama João tem TEA e TDAH, perguntei logo de cara é difícil cuidar de um filho assim com essas limitações? Ela respondeu difícil é, porém não é impossível, isso foi um alívio para mim.

Desde então não paro de estudar sobre o assunto, Davi hoje tem apenas 3 aninhos, ele recebeu o diagnóstico com 2 anos e 3 meses, talvez culpa minha, por não levar a sério minhas suspeitas, mas é aquilo mãe não se engana, enfim hoje meu amor por ele só fez aumentar cada dia mais, amo todos os meus filhos igualmente e eles sabem disso, e sim hoje todos nós procuramos ajudar o Davi a levar uma vida normal, minha preocupação é que agora o Davi começou com a seletividade alimentar que pra mim é muito complicado de entender e muito triste por não ver ele se alimentando como antes, boquinha nervosa como chamávamos, pois comia de tudo e todos kkkkk, sempre estava com fome, mas estou estudando para poder ajudá-lo nisso também , qualquer coisa que ele come pra nós é uma vitória, e sei que logo isso vai mudar e ele vai voltar a comer tudo novamente, porém sim estamos respeitando seu tempo e sua escolha, não vamos forçar a nada para não prejudicar ou por em risco as conquistas que conseguimos.

Em uma aula que vi, aprendi cada vez mais e claro nunca é demais sempre aparece mais assuntos que envolvem essa área do TEA, nessa aula aprendi sobre os 7 pilares de estratégias que funcionam no autismo, e que o tripé do sucesso da intervenções no TEA/Autismo, são:

No autismo precisamos ter TEMPO < PACIÊNCIA<PERSISTÊNCIA

Os pilares devem ser usados por TODOS NÓS membros do tão almejado e necessário tripé de sucesso (família, escola e terapeutas) das intervenções no autismo.

Pilar 1 Contato visual

A criança ela deve ver a articulações dos sons através da boca para que ela possa entender, ou seja, sempre perto dela gesticular de forma que ele veja como aquele som está saindo e assim consegui entender a que ele pertence como a letra A, por exemplo, para que ela entenda o alfabeto ou as vogais não apenas mostramos as imagens e falamos as letras temos que gesticular o som que aquela letra faz e trazer isso mais de perto para elas.

Pilar 2 Atenção compartilhada

Mostrar interesse em algo, por exemplo, um brinquedo no qual ela olhe tanto para o brinquedo como compartilhe o olhar com você, ou seja, sente-se perto da criança e pegue um brinquedo mostre a criança e traga devagar ate que ela olha para você para o brinquedo também, onde dessa forma estarão compartilhando da mesma brincadeira ou mesmo brinquedo e o principal estão tendo uma atenção compartilhada.

Pilar 3 Imitação

Buscar incentivar na imitação, por exemplo, bocejar, brincar de forma correta fazendo os sons dos brinquedos como o som que o carro faz que o gato faça, para que a criança possa imitar você, dessa forma ela vai desenvolvendo o lado da imitação quando alguém chora sentimos pena e queremos chorar também.

Pilar 4 Teoria da mente

Saber agradar, ou desagradar, saber falar e se comportar de forma adequada nos lugares ou situações. É pensar no que estão pensando, porém tem que controlar antes de falar, saber a hora certa de falar ou seja interpretar a situação, onde isso é muito difícil para eles, exemplo, tenho uma amiguinha que gosta de brincar comigo, se eu não quiser brincar mais com ela eu posso dizer que não quero brincar mais que acho ela feia e tal, como ela irá se sentir? Ela vai ficar triste, e se eu quiser alegrar ela posso dizer que ela é bonita e chamá-la para brincar dizer que ela é minha amiga e me desculpar, pronto para uma criança essa atitude é muito fácil de lidar é saber como lidar em momentos bons, e momentos ruins, para o autista não é fácil, por isso que se deve estimular esse lado deles.

Pilar 5 Habilidades sociais

Imagens curtas que ajudem a entender a situação, como os PEC’s que ensinam como tomar banho, escovar os dentes, pentear os cabelos, entre outras, através de uma simples imagem a criança vai entendendo o que deve fazer, ou seja, como guiá-las.

Pilar 6 Teoria da coerência central

Alfabetização no autismo, aprendizagem na sala de aula, organização da sala de terapias, evitarem muitos detalhes como atividades com pontilhados, embora ajude no começo, mas não insistir nessa função, começar com sons, letras, sílabas, e palavras e assim vai, procurar sempre um local que não tenha muitas distrações, como uma sala muito decorada, isso acaba desviando atenção e retardando o aprendizado da criança.

Pilar 7 Funções executivas

Rotinas com figuras que eles possam ver o que é para fazer, exemplo, dormir, acordar, tomar banho, escovar os dentes, tomar café da manhã, ir para escola, etc. Para estimular suas funções e atribuir no aprendizado dela cada vez mais para que ela entenda o porquê tem que fazer essas coisas no seu dia a dia.